quinta-feira, 11 de agosto de 2011

faz jus ao final do livro e emociona

Longa mostra como produção da série amadureceu em todos os sentidos.
'As relíquias da morte, parte 2', chega aos cinemas em 15 de julho.

Gustavo MillerDo G1, em São Paulo
Quando a Warner Bros. revelou que “As relíquias da morte”, sétimo e último livro da saga “Harry Potter” seria dividido em dois, logo se pensou que o estúdio buscava faturar ainda mais com sua lucrativa franquia que arrecadou simplesmente US$ 6,4 bilhões pelo planeta. E não era mentira. Mas tal sensação é deixada para trás assim que se assiste à segunda parte do derradeiro filme inspirado na série literária de J.K. Rowling.
“Harry Potter e as relíquias da morte – parte 2”, cuja estreia mundial é 15 de julho, fecha com brilho a história começada no cinema dez anos atrás e mostra que a empresa não poderia ter feito outra opção melhor a não ser dividir o capítulo final em dois. Seja para ela ou para os fãs.
É o trabalho mais consistente de todos e mostra como a produção amadureceu em todos os sentidos desde “A pedra filosofal”. É um filme emocionante, assustador, divertido, bonito e, principalmente, muito bem dirigido por David Yates, o responsável pelas quatro últimas adaptações. Na sessão realizada para a imprensa nesta sexta-feira (8) foram muitos os soluços ouvidos ao longo de duas horas.
Lord Voldemort (Ralph Fiennes) comanda seu exército na batalha final contra Harry (Foto: Divulgação/Warner Bros.)Lord Voldemort (Ralph Fiennes) comanda seu exército na batalha final contra Harry (Foto: Divulgação.)
(Atenção: a partir daqui o texto contém spoilers)
“Relíquias 2” traz o esperado embate final entre Harry (Daniel Radcliffe) e Lorde Voldemort (Ralph Fiennes), o bruxo das trevas. Mais uma vez com a ajuda de Hermione (Emma Watson) e Ron (Rupert Grint), ele precisa encontrar e destruir as horcruxes que contêm a alma de Voldemort e o tornam imortal. Harry tem o dom de ouvi-las, mas a última é um quebra-cabeça e está guardada dentro de Hogwarts, agora sob a batuta - ou varinha - de Snape (Alan Rickman).
É na escola, aliás, que é retratado o campo de batalha a partir do retorno do trio após meses de ausência. Os professores e os alunos precisam escolhem o lado em que ficarão e se, afinal, vale a pena lutar ou não pelo futuro. Os embates em alguns momentos são violentos e há vários mortos expostos, o que fez a censura do filme ser classificada para 14 anos - antes da sessão fechada, a Warner comemorou a reclassificação original de 12 anos.
harry potter trailer útlimo (Foto: Reprodução)Cenas do último 'Harry Potter' (Foto: Reprodução)
O filme tem diversos destaques. Os efeitos especiais, pela primeira vez em 3D, é um deles, assim como a atuação de alguns personagens secundários. A ação e a narrativa se concentram basicamente em Harry, mas isso não impede que aqueles que ficaram um pouco largados nos filmes passados retornem com brilho - caso da professora McGonagall (Maggie Smith).
Matthew Lewis como Neville Longbottom também é digno de nota. A Warner Bros. trouxe o ator ao Brasil no ano passado para divulgar a primeira parte de “Relíquias”, e dessa vez quem vem é Tom Felton, o vilãozinho Draco Malfoy. Dada a importância de cada personagem nos dois longas, a opção ideal seria a inversa.
Yates tem méritos de apresentar aqui uma história que não deixa perdido aquele espectador que não leu os livros ou que tem dificuldades de juntar as peças após oito filmes. O que são essas horcruxes mesmo? Quem é essa tal Bellatrix Lestrange? Está tudo mastigadinho, mas quem é fã nível hardcore também não irá se decepcionar.
O melhor exemplo vem justamente na parte mais importante do filme, quando Harry (Daniel Radcliffe) colhe uma lágrima de Snape (Alan Rickman) e enxerga o seu passado, literalmente, ao mergulhá-la na penseira. A cena é praticamente um best-of de tudo o que envolve a saga, ao mesmo tempo em que revela o destino de Harry e o porquê de ele ser o escolhido para lutar contra Voldemort.
A filmagem traz narrativas cruzadas que mostram como os pais de Harry, Tiago e Lilian, conheceram-se, e também revela uma faceta até então desconhecida de Snape. Os efeitos e os recursos de flashback e flashforward que se misturam são tão bem gravados que será impossível ler o livro depois e se deparar com tal passagem sem a imagem do filme na cabeça – um mérito e tanto que os longas da série literária conquistaram ao longo dos anos.

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